O sacramento da Confirmação ou Crisma faz parte do conjunto de sacramentos da iniciação cristã. Ele tem por fim aperfeiçoar o que o Batismo iniciou em nós.
O Batismo nos une a Deus e infunde em nós as virtudes teologais da fé, esperança a caridade. De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, n.1316, a Confirmação é um sacramento que “aperfeiçoa a graça batismal […] dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina, incorpora-nos mais firmemente a Cristo, torna mais sólida a nossa vinculação com a Igreja, associar-nos mais a sua missão e ajudar-nos a dar testemunho da fé cristã pela palavra, acompanhada das obras.”
O cristão quando é crismado começa a ter uma percepção maior da sua responsabilidade com Deus e com os demais cristãos. Ele é enviado por Jesus à missão, assim como chamou os apóstolos “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16,15). A Confirmação é um crescimento espiritual. O Espírito Santo nos impulsiona e nos dá forças para sermos testemunhas de Cristo no meio do mundo. Afinal, todos têm o dever de levar os ensinamentos de Cristo através de palavras e obras, para todas as pessoas que não conhecem o Amor. Não podemos guardar Ele só para nós.
A Confirmação dá força e discernimento para descobrir e a viver a vocação que Deus preparou para cada um de nós, desde toda a eternidade. Viver a vocação é ter sede de almas, de levar muitas almas para Cristo. É ter o desejo de ajudá-las a alcançar a santidade. E esse ardente amor pelas almas nasce quando recebemos essa força do Espírito Santo. Essa força vem em forma de dons e frutos. “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas […] até as extremidades da terra” (At 1,8).
Os elementos e o significado do Sacramento da Confirmação
Na Sagrada Escritura, esse sacramento é relatado em Atos dos Apóstolos (At 8, 14-19) como “imposição das mãos”. Quem o conferia aos batizados eram os apóstolos. Por isso, é o bispo quem confere esse sacramento ao cristão. Mas, caso ele não possa, pode autorizar algum sacerdote a fazer.
O crisma é um dos três óleos que o bispo benze na Missa da Quinta-feira Santa. Esse óleo é de azeite puro de oliva, pois desde a antiguidade, esse azeite era considerado uma substância fortificante. Portanto, no crisma, o azeite fortifica a graça santificante que recebemos no Batismo. Especialmente no crisma, o óleo é misturado com bálsamo, que simboliza a “fragrância” da virtude.
Ao crismar, o bispo traça uma cruz na fronte do confirmando. Essa cruz é a própria Cruz de Cristo. A partir de então, o confirmado está preparado para levar Cristo a todas as criaturas.
Para receber o sacramento da Confirmação é necessário ser batizado, ter realizado o estudo da doutrina católica e estar em estado de graça, esta recebida através do sacramento da Confissão. Faz-se necessário ter um padrinho ou uma madrinha, e se possível for, recomenda-se que seja o mesmo do Batismo. Os padrinhos não podem ser o pai ou a mãe do crismando, deve ter mais de 16 anos e deve ser católico praticante e confirmado. Aqui a missão do padrinho/madrinha é acompanhar e instruir seu afilhado (a) no caminho da fé.
Como vimos, o sacramento da Confirmação nos fortalece na fé e nos transforma em apóstolos de Cristo. Devemos fazer apostolado em casa com nossos familiares, no trabalho, com nossos amigos, na faculdade, no ônibus, em todos os lugares. Mas lembre-se que ser apóstolo não é ser uma pessoa chata, que só fala de religião, e importuna os demais. Ser apóstolo é levar o odor de Cristo as almas ao realizar um bom trabalho, sendo atencioso, amável ao falar e ao corrigir um erro, ao escutar o outro, ter espírito de serviço, etc.
Vamos pedir ao Espírito Santo, que Ele fomente em nós esse amor pelas almas, para sermos apóstolos de Cristo no meio do mundo.
Vamos refletir:
- Eu tenho consciência da minha missão como batizado (a) e confirmado (a)?
- Eu procuro crescer nas virtudes humanas para ser outro Cristo no meio do mundo?
- Eu levo o odor de Cristo para quem convive comigo?
- Eu faço apostolado? Busco me aprofundar na doutrina católica para ensinar os demais?
Andressa Pelaquim
