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A MISSA

A MISSA

            No capitulo XXVII, nos aprofundaremos na Santa Missa.

O que é a Missa?

            A Missa é o momento no qual Jesus se torna presente no pão e no vinho. Entretanto, ela não acontece somente para recebermos a Sagrada Eucaristia. A Missa é o memorial do Senhor. O amor de Deus por nós é tão infinito que Ele deixou um memorial de Si mesmo para nós, para O recebermos na Santa Missa.

            A cada Missa, Jesus realiza o oferecimento de Si mesmo a nós, como fez no Calvário. Mas também recordamos a sua Ressurreição, pela qual nos salvou da morte e também da sua Ascensão aos Céus, que nos garantiu a glória eterna.

            A Missa é um banquete sagrado. Recebemos à mesa de Jesus o seu próprio Corpo e Sangue, na Eucaristia. A Missa é um sacrifício. A palavra sacrifício significa dom feito a Deus. Jesus é a vítima que se oferece a Deus como um dom. A morte de Jesus é um sacrifício eterno. E esse sacrifício irá perdurar enquanto o tempo durar. E nós, ficamos aos pés da Cruz, como alguns dos discípulos, as santas mulheres e a Virgem esteve há mais de 2.000 anos.

            A Missa é o momento no qual devemos adorar a Deus, agradecer pelos bens recebidos e pedir por sua ajuda para que nós e os demais possamos alcançar o céu.

            O fim primeiro da Santa Missa e dar honra e glória a Deus. Deus nos cumula de muitas graças ao participarmos da Missa. Mas, assim como no recebimento dos sacramentos, as nossas disposições interiores interferem no recebimento dessas graças enviadas por Deus.

                       

A Missa na história

            A Missa como conhecemos hoje nem sempre foi assim.

            As primeiras comunidades cristãs se reuniam privadamente para a “fração do pão”, seguindo como Jesus fez na Última Ceia. Mas os primeiros cristãos eram judeus, e continuaram a participar das cerimônias nas sinagogas, que consistiam nas leituras do Antigo Testamento. As leituras eram intercaladas com um sermão e orações.

            Ao se desvencilharem das sinagogas, os cristãos adotaram um modelo semelhante de cerimônia. Mas ao invés de ter apenas leituras no Antigo Testamento, incluíram leituras do Novo Testamento. Esse modelo deu origem ao que temos na primeira parte da Missa – Liturgia da Palavra – composta por uma leitura do Antigo Testamento, uma do Novo Testamento, Evangelho, homilia e orações. Desde o ano 150, temos a Missa como a vivenciamos hoje.   

            Nos tempos do Papa São Gregório Magno foi incluído o canto de entrada ou intróito, o Kyrie (Senhor, tende piedade de nós), o Glória e a oração Coleta.

            O Credo era recitado algumas vezes durante as Missas dos primeiros cristãos. Porém só foi incluído oficialmente na Liturgia, no ano de 1014, pelo para Bento VIII. A Oração dos Fiéis sempre esteve presente nas cerimônias dos primeiros séculos, mas o Papa São Gregório Magno retirou a Oração da liturgia, durante o seu pontificado. O Concilio Vaticano II restaurou a Oração dos fiéis.

           

A Liturgia Eucarística

            Nos primeiros séculos, os catecúmenos e os penitentes públicos deviam abandonar a Missa ao iniciar a Liturgia Eucarística. Somente os batizados e os que estavam em estado de graça podiam permanecer presentes. Apenas esse momento era considerado “Missa” e, por isso foi denominado, Missa dos Fiéis.

            A Liturgia Eucarística apresenta três partes. A primeira é o Ofertório, momento no qual apresentamos a Deus as nossas oferendas, o nosso amor e toda nossa vida. Começa com a apresentação das oferendas, acompanhada de um canto e termina com uma oração. Em seguida inicia-se a Oração Eucarística, que é o coração e o centro da Missa. Começa com o prefácio e finaliza com a chamada doxologia final “Por Cristo, com Cristo e em Cristo…”. É na Oração Eucarística que ocorre a Consagração. O pão e o vinho se convertem no Corpo e no Sangue de Cristo apenas quando o sacerdote diz “Isto é o meu Corpo” e “Este é o cálice do meu Sangue”.  A terceira parte da Liturgia Eucarística denomina-se Comunhão, que se inicia com a oração do Pai-Nosso e termina com as bênçãos finais.

            A oração do Pai – Nosso, que o próprio Jesus nos ensinou foi incluída na Missa pela primeira vez por volta do ano 350. Já o ‘Cordeiro de Deus’ foi incluído por volta do ano 700, a fim de preencher o tempo no qual o sacerdote leva para fracionar as hóstias grandes, para dar aos fiéis na Comunhão.

           

Os paramentos dos sacerdotes

            Nos primeiros duzentos ou quatrocentos anos das primeiras comunidades cristãs, os sacerdotes usavam vestes comuns para as celebrações com os fiéis. Ao final do século IV, as roupas dos homens começaram a mudar e os sacerdotes adotam uma túnica comprida ao celebrarem a Missa. Dessa forma, o mais antigo dos paramentos é a alva, que é a túnica branca que o padre coloca sobre as vestes sacerdotais. Essa túnica representa a pureza de coração. Com ela, o sacerdote renuncia as coisas mundo para poder oferecer o Cordeiro de Deus.

            O padre também utiliza o cíngulo, que é um cordão ou cinto, feito de linho ou lã, que representa a castidade. A partir do século VIII, os padres adotaram o costume de se dirigir ao altar com um capuz. Esse capuz foi-se modernizando e se tornou o amito, que é um lenço branco, em formato retangular, com fitas que são colocadas em dois de seus ângulos. Ele é utilizado por baixo da alva, para cobrir as vestes sacerdotais que circundam o pescoço. Em algumas ordens religiosas, ainda é utilizado como capuz.

            Após a túnica, outra peça importante é a estola. A estola começou a ser utilizada no século IV. Ela é uma longa faixa de cor que se coloca sobre os ombros e se deixa pender diante do peito. Ela é o símbolo da autoridade sacerdotal.

            O ultimo paramento utilizado pelo padre é a casula. É uma vestimenta bem ampla, que pende do ombro do sacerdote e recobre grande parte do corpo. Pode conter alguns adornos/bordados. A casula representa a responsabilidade do celebrante como cristão e como sacerdote.

           

As cores litúrgicas

            As cores dos paramentos mudam dependendo do tempo litúrgico.

            O branco simboliza a pureza, a santidade e a alegria. É usado nas festas de Nosso Senhor, da Virgem Maria, dos santos que não são mártires, e também na Páscoa.

            O vermelho simboliza o fogo e o sangue. O fogo significa o amor ardente, por isso é utilizado nas festas do Espírito Santo. Também é utilizado na festa dos santos mártires, no Domingo da Paixão (Ramos) e na Sexta-Feira Santa.

            O verde expressa a esperança em alcançar a vida eterna. Representa a natureza que cobre a terra. É utilizado nos domingos e nos dias de semana do tempo comum, quando não se tem uma festa específica.

            O roxo expressa a preparação e a paciência. É utilizado nos domingos e dias da semana do Advento e na Quaresma, contanto que não se comemore outra festa. Nas Missas dos fiéis defuntos também se utiliza a cor roxa. 

           

Os principais objetos sagrados

  • Cálice e a patena

            É no cálice que o vinho se transforma em Sangue de Cristo que é oferecido por nós. A patena tem o formato de uma pequena bandeja, onde o pão de transforma no Corpo de Nosso Senhor, que é oferecido ao Pai pelos nossos pecados.

  • Cibório

            É uma copa que contém as hóstias pequenas que serão dadas aos fiéis na Comunhão.

            Normalmente esses objetos são feitos de ouro ou prata ou banhados a ouro ou prata.

  • Toalhas, corporal, sanguíneo e a pala

            As tolhas cobrem o altar e deve haver pelo menos uma. O corporal é uma peça quadrada de pano branco em que o padre estende sobre a toalha. É sobre o corporal que irá repousar o Corpo e o Sangue de Cristo. O sanguíneo é um pano de linho que serve para enxugar o cálice ao final da Missa. Já a pala é um pequeno quadrado de pano rígido que é colocado para cobrir o cálice durante a celebração, a fim de evitar que caia qualquer sujeira ou impureza no Sangue de Cristo.

           

Como aproveitar bem a Missa?

  • Se possível, chegue para a celebração com pelo menos 30 minutos de antecedência. Chegar atrasado é desrespeitoso e atrapalha a celebração;
  • Permaneça em silêncio ao entrar no templo sagrado;
  • Faça uma genuflexão ao entrar, ao sair do templo e ao passar pelo sacrário;
  • Desligue o celular para que não toque;
  • Se coloque em oração, ao invés que ficar conversando com os conhecidos;
  • Se vista adequadamente para o encontro com nosso Pai e Rei;
  • Esteja em jejum eucarístico de 1h;
  • Esteja em estado de graça para receber a Comunhão e a receba com muito amor e devoção;
  • Participe das orações quando é solicitado;
  • O Amém mais importante é após o “Por Cristo, com Cristo e em Cristo…”, diga-o bem forte;
  • Após a comunhão permaneça em ação de graças por dez minutos.

           

            Vamos viver a Santa Missa da melhor forma possível para estarmos sempre em comunhão com Nosso Senhor.

 

            Andressa Pelaquim

 

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