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O Espírito Santo e a Graça

O Espírito Santo e a Graça

         No capítulo III conhecemos a Santíssima Trindade – Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Nesse capitulo, entenderemos melhor como o Espírito Santo trabalha em nossa alma para nos conceder as graças de Deus.

         As três Pessoas da Santíssima Trindade são inseparáveis, portanto, nenhuma atua separadamente ou sozinha. Mas atribuímos ao Espírito Santo as luzes e as graças que recebemos do Senhor.

         A graça é um dom concedido por Deus. A nossa vida é um dom; a natureza é um dom; a boa saúde que temos é um dom; poder falar e ouvir é um dom; tudo é um dom do Criador. Esses dons são chamados de naturais, pois fazem parte da nossa natureza humana. Entretanto, na teologia, encontramos outro tipo de graça: a graça que o homem não tem direito e que a natureza humana não permite ter acesso. Esse tipo de graça é o dom sobrenatural de Deus.

         A graça “refere-se àqueles dons invisíveis que residem e operam na alma” (Trese, 2014). É “um dom sobrenatural e interior de Deus” (Trese, 2014). Esse dom é concedido a nós por Deus para nossa salvação.

         Os primeiros a receberem a graça sobrenatural de Deus foram Adão e Eva e os anjos. Mas, nossos pais e os anjos rejeitaram a amor de Deus e pecaram. Dessa forma, perderam as graças sobrenaturais concedidas por Deus, por livre vontade.

         A graça começa a operar em nós no momento em que somos batizados. Ao nascer, a alma encontra-se às escuras e vazia, sem dons sobrenaturais. Não há união e comunicação entre a alma e Deus. Se uma pessoa, já dotada com uso da razão, morre sem o batismo, sua alma não poderá ir para o céu. A alma irá para um estado de felicidade natural (limbo), onde não será possível ter uma união íntima com o Senhor e vê-Lo face a face. Mas Deus não quis isso para nós. Mesmo sabendo que somos cheios de misérias e indignos de Seu amor, nos deixou a graça santificante, que nos é concedida pela primeira vez no Batismo. No Batismo, a alma se une a Deus e nos tornamos filhos e filhas dEle. 

“A graça de Cristo é um dom gratuito que Deus nos faz da sua vida, infundida pelo Espírito Santo em nossa alma, para curá-la do pecado e santificá-la; trata-se da graça santificante ou deificante, recebida no Batismo. É em nós a fonte da obra de santificação” (n.1999).

         Mas será que podemos perder essa graça? Sim, podemos! Quando a recebemos no Batismo temos o dever de conservá-la. Deus no criou para nos unirmos a Ele na eternidade, mas para isso devemos ama-Lo aqui nessa vida, com todo nosso coração. E não com palavras, mas com obras de amor. Quando perdemos a graça santificante, perdemos a Deus. O pecado mata nossa alma.

         Há três dimensões sobre a graça santificante:

  • Quando a recebemos devemos conservá-la até o fim;
  • Se cometemos um pecado mortal a perdemos. Por isso, devemos imediatamente recuperá-la através do Sacramento da Confissão;
  • Devemos crescer em graça e ter como meta de vida alcançar o céu – a união íntima com Deus.

         E você que está lendo pode se questionar: mas é difícil manter a graça, principalmente no mundo no qual vivemos. E digo: Deus não disse que seria fácil. Se Ele diz que, para entrar na vida eterna e estar com Ele face a face, é necessário estarmos em estado de graça, Ele nos concederá os meios para conseguirmos. Deus nos ajuda a manter a graça, mas temos que querer. Ele não nos obrigada a nada, nem a amá-Lo, lembra?

         A graça de Deus atua através da vontade humana. Deus precisa da nossa cooperação. Por isso, não devemos atrapalhar o trabalho que Deus faz em nossa vida. No dia do Juízo descobriremos o pouco que fizemos para nos unirmos a Deus. E ai já será tarde, pois não teremos outra oportunidade. A oportunidade é aqui e agora!

         Deus nos deixou algumas fontes para obtermos a graça. As três grandes fontes são: a oração, a participação na Santa Missa e os sacramentos.

A oração

         Na oração elevamos nossa mente e nosso coração a Deus. Há dois tipos de oração: a oração vocal – Pai – Nosso, Ave – Maria, etc. – que devemos fazer diariamente e a qualquer momento. Jesus nos ensinou como nos dirigir a Deus: “Pai Nosso, santificado seja teu nome…” (Lc 11, 2-4). A oração do Santo Terço diariamente também é uma grande oração vocal. Além disso, temos a oração mental, que é falar com Deus no nosso íntimo, sem palavras; expor para Ele nossas alegrias, angústias, agradecer e fazer nossos pedidos. Jesus é nosso Amigo, e devemos construir diariamente essa intimidade com Ele. Não tenha vergonha, fale com Ele, de forma simples como uma criança. Ele é o seu amigo mais verdadeiro e amoroso. Há um livro do autor Jacques Philippe intitulado “Aprender a rezar para aprender a amar.” Quem ama fala com seu Amado. Nesse livro, o autor nos ensina a rezar, a falar com Deus. Recomendo a leitura.

A Santa Missa e os sacramentos

         Participar da Santa Missa é reviver o sacrifício de Nosso Senhor. É na Santa Missa que nos unimos em comunhão com nosso Amado na Eucaristia. A Sagrada Eucaristia é a fonte da nossa vida. Ela nos fortalece e nos ajuda a não pecar. Mas saiba que jamais devemos receber a Sagrada Eucaristia estando em pecado grave. É um sacrilégio com o Senhor. Ao invés de receber nossa salvação, a comunhão sacrílega nos concede a condenação. Por isso, é necessário examinar-se diariamente, e tendo identificado pecado mortal, deve-se recorrer ao sacramento da confissão antes de comungar.  A frase “a fila da confissão deveria ser maior que fila da comunhão” é verdadeira.

         Não somos dignos de receber tanto amor, mas Deus nos ama e nos quer ao Seu lado, mesmo conhecendo todas as nossas imperfeições. Ele nos concede meios para melhorarmos e para alcançá-Lo. Então, vamos pedir ao Senhor que Ele nos ajude a sermos mais dóceis. E vamos pedir também a Nossa Senhora, para que Ela nos ajude a sermos fiéis a graça que Deus nos concede.

 

Para refletir:

  • Busco a união com Deus através da oração, Santa Missa e dos sacramentos?
  • O que preciso fazer para cultivar a graça que Deus me concedeu?

 

Até a próxima!

Andressa Pelaquim
(Paroquiana da Catedral Metropolitana de Londrina)

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