“Os defeitos que vês nos outros talvez sejam os teus próprios. “Si oculus tuus fuerit simplex…” – Se o teu olho for simples, todo o teu corpo estará iluminado; mas se for malicioso, todo o teu corpo estará obscurecido. E mais ainda: “Como te pões a olhar o cisco no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está dentro do teu?” – Examina-te.”
( São Josemaria Escrivá, Sulco n. 328)
Aqui finalizamos o estudo do decálogo.
O oitavo mandamento nos adverte para “não levantar falso testemunho”. Esse mandamento nos proíbe de praticar a calúnia, que é o ato de prejudicar a reputação do próximo por meio da disseminação de mentiras.
A calúnia envolve o pecado contra a verdade (mentira), contra a justiça (ferir o nome de alguém) e contra a caridade (falhar no amor devido ao próximo). O pecado de calúnia é mortal, se com ele prejudicamos seriamente a vida e honra de alguém, mesmo que esse alguém não saiba da calúnia.
Podemos também cometer o pecado de calúnia por pensamento, quando ocorre o juízo temerário. Muitos de nós cometemos esse pecado e não nos examinamos profundamente para identificar esse pecado e confessá-lo.
A maledicência ou difamação também é um pecado grave. Esse pecado consiste em prejudicar a reputação de uma pessoa contando, sem justo motivo, pecados e defeitos alheios que são verdades, mas que não deveriam ser revelados a terceiros. Outro pecado contra o oitavo mandamento é o ato de ouvir calúnias e difamações, mesmo sem proferir nenhuma palavra.
Causar intrigas também é um pecado grave contra o oitavo mandamento. Esse pecado é clássico das pessoas que gostam de fazer fofocas e semeiam a discórdia.
A mentira, quando praticada em matéria grave, também é pecado mortal. Dizer mentiras que não prejudiquem ninguém, configura-se pecado venial. Entretanto, Deus espera que cada um de nós pratique sempre a verdade, independente das circunstâncias. Mas é óbvio que nem sempre precisamos dizer a verdade, pois há situações nas quais as pessoas querem bisbilhotar a nossa vida. Diga um simples “não sei” e corte o assunto. Você não estará mentindo e nem dando asas para os mexeriqueiros.
E por fim, há o pecado de revelar os segredos que nos foram confiados. Não devemos sair por ai revelando os segredos dos outros. A única circunstância em que isso é aceitável é no caso de precisar evitar um mal maior a comunidade, a terceiros ou a própria pessoa.
Assim como o sétimo mandamento, o oitavo nos obriga a reparar. O pecado só será perdoado se houver de forma sincera a reparação. Pedir desculpas, dizer que mentiu ou que caluniou. A humildade de reconhecer as nossas falhas, sejam grandes ou pequenas, nos fazem crescer interiormente no amor a Deus e ao próximo.
Vamos pedir a Nossa Senhora, a graça de reconhecer os nossos pecados para que vivamos sempre na verdade e no amor.
Até o próximo artigo!
Andressa Pelaquim